No dia
15-02-2016, juntamente com o Sr. José Guerreiro, da Administração da Região
Hidrográfica do Alentejo, fomos à Barragem do Facho II, tradicionalmente
conhecida por Barragem da Vareta, com o objetivo de recolher amostras de água
para posterior análise dos principais parâmetros físico-químicos.
Em
condições normais a amostragem de água deveria ser feita com recurso a um barco
no meio da massa de água. Para a recolha das amostras utiliza-se uma garrafa de
Van Dorn vertical que permite recolher amostras estratificadas, ou seja,
permite obter amostras de águas a diferentes profundidades. A garrafa possui
uma corda graduada que permite medir a profundidade e em cada extremidade da
garrafa encontra-se uma tampa. As tampas são abertas antes de se colocar a
garrafa na água, e uma vez atingida a profundidade desejada, é largado um
mensageiro que as fecha.
Como não
tivemos acesso a barco, a amostragem foi efetuada na margem da albufeira
através da utilização de um copo telescópico.
Este possui
um cabo flexível para se poder recolher água o mais longe possível da margem.
A água
amostrada foi distribuída por vários frascos, de acordo com as análises a
realizar: a carência química de oxigénio (CQO), o oxigénio dissolvido, o cloro,
os sólidos suspensos totais (SST) e a carência bioquímica de oxigénio (CBO), onde
se juntou 8 gotas de ácido sulfúrico (H2S04).
A
transparência da água e consequentemente a penetração da luz é medida,
utilizando o disco de Secchi. Como o próprio nome indica, este dispositivo,
consiste num disco com 20 cm de diâmetro dividido em quadrantes brancos que se
encontra preso a uma corda marcada de metro a metro. O disco de Secchi é
descido ao longo da coluna de água para determinar a que profundidade é que o disco
deixa de ser visível. Quanto maior for a transparência da água, maior é a
profundidade a que o disco deixa de ser visível. Assim, é possível afirmar que
há uma relação inversa entre a transparência e a turbidez da água.
Resultados da atividade:
Parâmetros
|
Resultados
|
Oxigénio Dissolvido (mg/l)
|
10,2
|
Taxa de Saturação (%)
|
97,9
|
CBO5 (mg/l)
|
<5
|
pH (Escala
Sorensen)
|
7,8
|
NH4(mg/l)
|
0,123
|
NO3 (mg/l)
|
<2,0
|
Ptotal (P2O5
mg/l)
|
0,09
|
Cloro Residual (mg/l)
|
0,075
|
CQO (mg/l)
|
22
|
SST (mg/l)
|
16
|
Tabela 2- Resultados das análises dos parâmetros físico-químicos
A análise dos valores laboratoriais
dos parâmetros físico-químicos obtidos demonstra valores maioritariamente
elevados comparativamente aos valores de referência característicos do Máximo
Potencial Ecológico do tipo Albufeiras do Sul.
Há exceção dos valores de CBO5 e o NO3 que
não são concretos, daí não se poder tirar quaisquer conclusões e o do pH que corresponde aos valores de referência.
Os altos valores de Azoto Amoniacal, Nitrato e
Fósforo podem dever-se ao uso de adubos químicos no solo que contaminam a água
da barragem da vareta devido ás escorrências.
Os valores
maioritariamente elevados podem ter a ver também com o facto de só ter sido
recolhida uma amostra, o que é pouco para os dados estatísticos, por isso, os
valores podem não estar muito de acordo com a realidade.
A recolha da amostra foi feita na margem da
barragem o que pode variar um pouco os valores, pois as amostras deviam ter
sido feitas no centro da barragem mas devido á falta de equipamento não foi
possível e pode então ter comprometido também os valores.
A altura do ano em que a amostra foi recolhida
pode ter alterado de alguma forma os valores, pois no inverno há mais água o
que faz com que haja uma maior diluição e os valores sejam mais baixos, ou no
verão onde a quantidade de água é reduzida e as substâncias estão mais
concentradas.
Ou pode ter
mesmo a ver com a calibração do equipamento utilizado.
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