• Ciclo
hidrológico
O ciclo da água, conhecido também como o ciclo hidrológico, (figura 4) é o permanente processo de
transformação da água na natureza, passando de um estado físico para outro.
Existem três estados:
sólido, líquido e gasoso.
O ciclo hidrológico
desenvolve-se através dos processos de evaporação, condensação, precipitação,
infiltração e transpiração.
A água disponível para
satisfazer o ser humano encontra-se na natureza distribuída nos rios, lagos,
mares, oceanos e em camadas subterrâneas do solo, ou seja, aquíferos.
O ciclo da água é
fundamental para a manutenção da vida no planeta Terra, uma vez que, determina
as variações climáticas e interfere no nível dos rios, lagos, mares e oceanos.
A ciência que estuda o
ciclo hidrológico é a hidrologia.
Figura 4 – Ciclo da água
1. O calor irradiado pelo sol aquece a água dos rios,
lagos, mares e oceanos ocorrendo a Evaporação. A
evaporação é a transformação do estado líquido da água para o estado gasoso, à
medida que se desloca da superfície da Terra para a atmosfera.
2. Quando o vapor da água arrefece, acumula-se na atmosfera
e condensa-se na forma de gotículas, que irão formar as nuvens. Quando isto
acontece, ocorre o processo de Condensação,
ou seja, transforma-se do estado gasoso para o estado líquido.
3. Com muita água condensada na atmosfera, inicia-se o
processo de Precipitação, onde as gotículas
suspensas no ar tornam-se pesadas e caem no solo na forma de chuva. Nas regiões
mais frias a água condensada passa do estado gasoso para o líquido e
rapidamente para o estado sólido, formando a neve ou granizo.
4. Quando o vapor de água condensado cai sobre a
superfície terrestre, ocorre a Infiltração de
uma parte dessa água que vai alimentar os aquíferos. Parte da água que se
infiltrou no solo pode ser absorvida pelas plantas que, depois de utilizá-la a
devolvem à atmosfera por meio do processo de Transpiração
• Bacia Hidrográfica
• Bacia Hidrográfica
o
Caracterizar bacias hidrográficas.
Figura 5 – Bacias hidrográficas
Rio
Guadiana
Um dos três grandes rios
luso-espanhóis, o rio guadiana percorre uma extensão de 829 km. O rio é
navegável nos últimos 68 Km, de Mértola até a foz, variando a sua largura entre
100 e os 500 metros.
O rio Guadiana nasce a uma altitude
de cerca de 1700m, nas lagoas de Ruidera, na província espanhola de Ciudad
Real. Renasce nos Ojos del Guadiana (fontes situadas no município de
Villarrubia de los Ojos, em Espanha) e faz por duas vezes fronteira entre
Portugal e Espanha, entre o rio Caia e a ribeira de Cucos e depois desde o rio
Chança até à foz. Percorre 260 Km em Portugal, dos quais 110 servem de
fronteira com Espanha e desagua no Oceano Atlântico (mais precisamente no Golfo
de Cádis).
A bacia hidrográfica do rio
Guadiana (figura 6) tem uma área total de 66.800 km², correspondendo 17% ao território
português e os restantes 83% ao espanhol.
O efeito da maré faz-se sentir até
às Azenhas de Mértola, a cerca de 70 Km da foz. Todavia, considera-se apenas
como estuário a zona entre a foz, em Vila Real de Santo António, e o Pomarão.
Adaptado de:
http://riosdeportugal.webnode.pt/rios-de-portugal/rio-guadiana/
http://www.infopedia.pt/$bacia-hidrografica
Figura 6 – Bacia Hidrográfica do Guadiana
Albufeira
da Herdade do Facho I e II
As Albufeiras da Herdade do Facho I
e II, identificadas com o código PT07GUA1537, correspondem a uma massa de água
do tipo “Albufeiras do Sul”, com área inundada correspondente a 0,5 km2 ao NPA
(Nível Pleno de Armazenamento). Ambas estão localizadas na freguesia de Vila
Nova de São Bento, Concelho de Serpa, Distrito de Beja, e têm como principal
finalidade o fornecimento de água para rega.
A Barragem da Herdade do Facho I
encontra-se localizada na linha de água denominada Barranco de João Bilheiro,
na Bacia Hidrográfica do Rio Guadiana. A jusante desta Barragem, está
localizada a Albufeira da Herdade do Facho II, na linha de água Barranco Vale
de Maritanças. Ambas as barragens não possuem escadas para peixes.
As albufeiras do Tipo Albufeiras do
Sul localizam-se no sul de Portugal, têm um tempo de residência superior a sete
meses e localizam-se em bacias hidrográficas com precipitação média anual
inferior a 800 mm e temperaturas médias anuais superiores a 15 ºC. A dureza da
água é, em média, superior a 50 mg CaCO3 l-1. As albufeiras do Tipo Sul são
normalmente utilizadas para o regadio (barragens hidroagrícolas) e para o
abastecimento de água.
•
Escoamento
o Compreender
o processo de escoamento de águas.
Sempre que
a intensidade da precipitação ou do degelo excedem a capacidade de infiltração,
a água excedentária acumula-se à superfície até que escoa vertente abaixo na
direcção de um curso de água. Os tipos de escoamento (figura 7) a considerar são: o
escoamento superficial; os escoamentos subterrâneos e sub- superficial e o
escoamento superficial de saturação.
O
escoamento superficial inicia-se logo que as depressões naturais da superfície
topografia são preenchidas. A água escoa no sentido das cotas mais baixas na
forma de “filme” ou de “filetes” anastomosados. Este tipo de escoamento
verifica-se essencialmente nas zonas urbanas sujeitas a impermeabilização
intensa da superfície topográfica, sobre solos fortemente compactados pela
circulação de veículos, ou em zonas montanhosas de climas áridos caracterizadas
por solos muito finos e desprovidos de cobertura vegetal.
No solo a
água move-se verticalmente sob ação da gravidade e lateralmente sob a ação de
um gradiente hidrostático. Origina-se assim o escoamento subterrâneo. O
contraste de permeabilidade entre o solo mais permeável e a rocha subjacente
menos permeável faz com que uma parte do escoamento ocorra ao nível da
superfície que divide aqueles dois meios. A esse tipo de escoamento atribui-se
designação de escoamento sub- superficial.
Se um
evento de precipitação for muito prolongado e os teores de humidade do solo
anteriores à chuvada forem elevados, pode ocorrer saturação do solo durante a
queda da precipitação pelo que a mesma se converterá em escoamento superficial,
ou seja, escoamento direto. Se na periferia do curso de água a superfície
freática se localizar próximo da superfície devido a ocorrências prévias de
recarga, o escoamento sub-superficial pode ser forçado a emergir convertendo-se
em escoamento superficial (escoamento de refluxo). Em ambos os casos o
escoamento designa-se por superficial de saturação.
Figura 7- As diferentes componentes do escoamento
Pacheco, F.A.L., Alencoão,
A.M.P., 2008. Hidrologia de Corredores Fluviais, Série didáctica Ciências
Aplicadas 336. Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real, pp74.
Consultado a: 12/01/2016
• Balanço hidrológico
o Identificar
as variáveis presentes num balanço hidrológico.
O balanço
hídrico consiste na distribuição da precipitação (P) pela evapotranspiração e
pelo escoamento superficial e subterrâneo. A evapotranspiração real (ETR)
corresponde à quantidade que se perde efectivamente para a atmosfera e a
evapotranspiração potencial (ETP) representa a perda máxima possível de água
para a atmosfera em condições ideais de o solo estar completamente abastecido
em água. No entanto existe outras maneiras de se perder água, nomeadamente na
rega, pois é retirada água. Entretanto esta última também uma maneira de
entrada de água, uma vez que quando se rega, nem toda a água é utilizando,
infiltrando-se ou escorrendo alguma para as linhas de água uma grande parte da
precipitação. A chuva é outra maneira de entrada de água nas linhas de água. Na
escala macro, o “balanço hídrico” é o próprio “ciclo hidrológico”, ou seja, é o
resultado que nos fornecerá a água disponível no sistema como, por exemplo, no
solo, rios, lagos, vegetação húmida e oceanos, ou seja na biosfera.
O balanço
hídrico pode ser considerado como positivo ou negativo:
·
Positivo P>ETP: reconstituem-se as reservas de água
no solo e a água em excesso alimenta o escoamento;
·
Negativo P<ETP: a situação de défice hídrico, a
evapotranspiração faz-se a partir das reservas de água no solo.
O balanço
hídrico das bacias hidrográficas nacionais (figura 8) demonstra um contraste norte/sul:
·
Norte: com um balanço hídrico positivo, o que traduz
excesso de água. Os valores mais elevados registam-se nas bacias do Cávado e do
Lima. A bacia do Douro apresenta, devido ao contraste climático entre o norte litoral
e o norte interior, um balanço hídrico relativamente equilibrado, apesar de
ligeiramente negativo, resultante das elevadas temperaturas registadas no verão;
·
Sul: apresentam défice de água, um balanço hídrico
negativo, com as do Guadiana e as do Sado a revelarem os valores mais baixos.
Figura 8
- Balanço hídrico das bacias hidrográficas nacionais
Erosão
hídrica
o Reconhecer
a importância da erosão hídrica.
A erosão
hídrica é o destacamento e transporte de materiais na forma de partículas do
solo ou movimentos de massas do solo de um local para outro sob a ação da chuva
e do escoamento.
Numa primeira
fase a erosão hídrica resulta do impacto da precipitação sobre o solo, levando
à sua desagregação. Como consequência, as partículas do solo são transportadas
individualmente ou em movimentos de massas de um local para outro sob a ação do
movimento da água, transportando as partículas para jusante onde se depositam,
podendo ser novamente destacadas.
Em regiões
de baixo nível de precipitação, a erosão hídrica é muito reduzida, pois a
vegetação necessita permanentemente de água. Como tal, a água da chuva é retida
de forma eficaz originando escoamentos superficiais pouco significativos. Os
efeitos negativos da erosão estão associados às regiões de equilíbrio delicado,
onde o solo é muito susceptível à sua atuação. A falta de cobertura vegetal, juntamente
com as características das precipitações, são fatores que interferem neste
processo com intensidade e frequência. Uma cobertura vegetal permanente
ajuda a proteger o solo e a reduzir os efeitos erosivos da chuva.
Adaptado de: http://fait.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/UTqAdnnoNnMbldB_2014-4-16-16-3-19.pdf, 04/02/2016
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